quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Aquarela, que combina com Iracema.



Recebi uma homenagem tão linda de um amigo querido, que os olhos marejam mesmo depois de ter lido e relido.
Coisa de amigo.
A vida é como uma dobradura em um papel como uma aquerela sobre um papel...Quando pensamos ter perdido o desenho, o traço, a silhueta da alegria, o que achavamos que viraria um borrão escorrendo ou um volume murchando, deixando de ser belo, olha lá! Um outro muito mais harmonioso nos salta aos olhos é só acreditar que os olhos logo percebem novas formas, novos tons e nuances, os cortes das cenas revelam outras paisagens as cores se fazem reais e verdadeiramente vivas, vibrantes.

Essa magia única de quem está com o coração alerta a qualquer variação tonal... qualquer gesto minimo que seja, que me faz sentir cada dia de trabalho, de muito trabalho, é atravéz dele que faço minhas amizades intimas que duram uma vida em um milésimo de segundo e em anos luz!

É a afinidade profissional que desagua no "pelicano" depois dos ensaios, das conversas sobre nossos projetos multimidiáticos, entre um papo e outro viramos amigos de cozinha, companheiros de viagem e companheiros de aprendizagem e assim vai indo semeando sonhos e fazendo da noite o solo fértil das idéias romanticas de que podemos sim balançar o cenário teatral, cinematográfico, artistico, crítico e poético na capital das Minas Gerais com o mundo que construimos pra nós, um "nós" tão mineiro, cheio de significado, carinhoso como o de uma mãe amamentando sua cria que chora com fome.

Fome de afeto, de trabalho, de sonho, de gana, de voz, de som, de música, de silêncio de ARTE.

Estas pessoas me deixam ser!
São quem fazem com que eu me lembre quem sou, e quem me farão lembrar quem fui e de onde eu vim.

Quando leio NÉLIO SOUTO vejo a história se formando... me vejo ser! Nélio Souto é raro e é o exemplar que foi feito pra colecionador, te coleciono, o Nélio de São José do Jacuí, da Serra do Curral, do Rio, das palavras cotidianas, da Iracema, aquele que se escondeu no armário de livros depois de roubar a chave, aquele mesmo, que queria ir pro seminário porque ficou sabendo que lá haveria livros e conhecimentos. Essa história ai, é a que vou contar pra esse povo que gosta de ver literatura em imagens, aquilo que o povo diz que ando fazendo, o tal do cinema, não é assim que andam dizendo?!

Estas pessoas são os melhores exemplares de seres humanos que tive a honra de conhecer, de trabalhar, de poder me dizer amiga e dizer-lhes amigos.

Feliz daquele que sente o que sinto agora, é alimento para alma, um salve as novas energias, à uma nova e brilhante fase, Nélio Souto, obrigada por estar aqui!

1 comentários:

Nelio Souto disse...

desculpa mas...
não tenho o que dizer.

grato pela sua existência.

beijo grande (e tenro)!

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